Um filme de 1953 realizado por Ingmar Bergman que marcou, de forma impressiva, os cineastas da "nouvelle vague". A sua modernidade continua a ser uma das referências desta obra-prima.

Mónica e Harry partem um dia, no barco do pai dele, sem destino certo. Chegam a uma ilha no arquipélago de Estocolmo, local onde o casal se abandona ao amor. Mas Mónica, sempre instável, cria um fatalismo dramático e inicia uma vida de liberdade dúbia.

Para Alain Bergala, crítico francês, Bergman não filma a história de amor entre os jovens Harry e Mónica, interpretada por Harriet Andersson, mas constrói uma relação complexa e erótica entre personagens, actores, espectadores e o próprio cineasta - que na altura da rodagem mantinha uma relação amorosa com a actriz. Uma obra contaminada pela realidade, pelo jogo de cumplicidades e rivalidades, só possível graças à especificidade da arte cinematográfica que exige a presença material de corpos em locais concretos para que se possa realizar.

"O Sol brilha numa paisagem natural a preto e branco. A graciosa luz incide sobre a água e realça o cenário idílico. O calor sossega os corpos e liberta a fantasia neles contida: é o verão dos amantes segundo Ingmar Bergman." Inês N. Lourenço in Diário de Notícias

Na próxima sessão do clube, uma obra prima sensual e devastadora sobre o amor e a juventude. "Mónica e o Desejo" de Ingmar Bergman, segunda-feira, dia 24 às 21h30, numa sala Cinemax Penafiel. Duração de 96 minutos, classificado para maiores de 12 anos.